sábado, 1 de novembro de 2014

VULNERABILIDADES DECORRENTES DO USO DA INTERNET

VULNERABILIDADES DECORRENTES DO USO DA INTERNET

Por meio do meu curso de Especialização em Computação Forense, pela Universidade Mackenzie e pesquisas próprias eu tenho recebido com perplexidade as informações que podem ser sintetizadas na seguinte oração: “todos somos muito vulneráveis no uso da internet”.
Vários são os exemplos disso. Muitos já sofreram, conhecem alguém ou sofrerão alguma fraude bancária, por meio do internet banking. Diversas vezes durante o dia buscam os golpistas coletar dados para invadir o seu computador. Sejam e-mails maliciosos de atualização bancária, notificações da Justiça, fictícias mensagens amorosas ou o famoso “aumente o seu pênis” (fico me perguntando: será que alguém contrata isso assim pela internet?) isso e diversas outras coisas estão sendo tentadas. Inclusive é fato notório que é um filão explorado pelo crime organizado.
Bem, no mais das vezes, os malfeitores se utilizam de métodos de engenharia social, ou seja, coletam informações com a própria vítima, familiares ou amigos para lançar um ataque. Vale notar que existem na própria internet um monte de informações sobre formas de ataques e como fazer. Uma criança de 10 anos com bons conhecimentos de informática poderá ser um voraz atacante pela internet.
Há diversas formas de coletar informações de uma vítima. Seja por malware, em várias modalidades, como o trojan e etc. O termo "malware" é proveniente do inglês "malicious software" ("software malicioso"); é um software destinado a infiltrar-se em um sistema de computador alheio de forma ilícita, com o intuito de causar alguns danos, alterações ou roubo de informações (confidenciais ou não). Vírus de computador, worms, trojan horses (cavalos de troia) e spywares são considerados malwares. Também pode ser considerada malware uma aplicação legal que, por uma falha de programação (intencional ou não) execute funções que se enquadrem na definição supra citada. Esses itens maliciosos podem estar embutidos em fotos, arquivos de PDF e músicas, por exemplo. Esses sites bacaninhas que “pirateiam” informações e repassam, as vezes, estão lhe dando algo, mas querendo uma contrapartida.
Por vezes as empresas ficam totalmente preocupadas em colocar antivírus, firewall e demais itens de “segurança”, mas disponibilizam o wi-fi para visitantes ou nele não constam ferramentas específicas anti-violação. O que ocorre, os fraudadores entram por essa porta dos fundos e acessam toda a rede e xeque mate. Sem contar que, exceto grandes empresas, poucas se preocupam em estabelecer políticas de segurança, treinamentos, controles de acesso e etc. Ficando as demais totalmente desprotegidas contra seus próprios visitantes, colaboradores e ex colaboradores, já que a segurança da informação é tratada com desdém.
No ecossistema dos jovens o caos é total. Excesso de informações no facebook ou demais redes sociais, o que deixa a família toda vulnerável contra assaltos, seqüestros e demais golpes. A prática de sexting (significa enviar mensagens ou fotos sexualmente explícitos de forma eletrônica) vem redundando em efeitos nefastos, como a exposição da nudez ou cenas de sexo de menores, gerando danos às famílias, além da ocorrência, como consequencia, inclusive de suícidios. Muitos por exemplo usam do aplicativo snapchat crendo em seu sigilo e inviolabilidade, pois é o que se vende. Contudo já se provou que as mensagens podem ser gravadas e violadas e ficam no banco de dados da empresa. O aplicativo secret de igual modo não tem a sua “privacidade” total, de modo que poderá ser ele descaracterizado pela Justiça, já que o Estado brasileiro veda o anonimato.
Desta forma, os jovens devem sim ser monitorados pelos pais no âmbito virtual, pois, ali dentro de casa numa aparente segurança do lar doce lar podem eles estar envolvidos com pornografia (recebendo ou disponibilizando material, as vezes sem saber, pois podem estar camuflados em fotos e arquivos de áudio, por exemplo), fotos ou vídeos eróticos (as vezes os meros curtir ou compartilhar poderão gerar consequencias), violação a direitos autorais (baixando músicas, filmes, livros sem autorização), cometendo crimes contra a honra (excessos nos comentários no facebook, como exemplo), participando de cyberbullying e tudo o mais que esse mundo novidadeiro, mas como reflexos contundentes no real, poderão causar. Valendo lembrar que os pais respondem civilmente e criminalmente pelos filhos menores.
Para arrematar, alguns nunca ouviram falar de deep weeb, assim como eu há poucos meses. Em resumo é a internet fora do Google, fora do uso comum. Lá podem se encontrar coisas boas, como por exemplo coleções inteiras de livros. Além de outras coisas boas, assim como existem na internet convencional. Contudo, conforme notícias, pois nunca naveguei, há tráfico de pessoas, assassinos de aluguel, vídeos de assassinatos gravados pelos malfeitores, experiências bizarram com seres humanos, terrorismo e etc. Portanto, um campo minado para alguém que não tenha conhecimento técnico ou uma curiosidade infame.
Por conta disso, em breve montarei uma palestra sobre isso aos interessados para aprofundamentos de alguns assuntos mencionados. Com motivação de cidadania e função social a que devemos render homenagens e acreditando que podemos auxiliar com prevenção isso será agendado. Quem tiver interesse me escreva até para medir o nivel de interesse nos assuntos postos. Empresas podem nascer ou morrer pela internet. O que vem ocorrendo com pessoas também. Portanto, fundamental desbravar com cautela esse “pouco explorado mundo” e suas consequenciais, para se manter um ambiente sadio e imune a malefícios desnecessários, salvaguardando-se principalmente os jovens.

Advogado.
Bacharel em Ciências Jurídicas.
Especialista em Direito Processual Civil pela Universidade São Francisco.
Especialista em Direito Tributário pela Escola Superior de Advocacia da OAB/SP.
MBA (Master Business Administration) em Auditoria pela Universidade Nove de Julho.
Especializando em Computação Forense (Lato Sensu) pela Universidade Mackenzie.
Coordenador da Comissão de Direito do Consumidor, da Subsecção da OAB/Santana.
Membro Efetivo da Comissão de Direito Eletrônico e Crimes de Alta Tecnologia da OAB/SP.
Detentor de diversos cursos perante a OAB/SP.
Titular da Fidalgo Assessoria.