Imagem: Extra.globo
Inicia-se esta crônica com trecho da notícia do jornal Extra[1], relatando fato do dia
03/02/18, a matéria é autoexplicativa: “Um bebê de menos de 1 ano de idade ‘parou’
o Parque do Ibirapuera, em São Paulo, no último domingo, e conquistou as redes
sociais após pular seu primeiro carnaval em um berço. A ideia partiu dos pais
do menino Pedro, os empresários Júlia Maturana e Diogo Rios, ambos de 34 anos.
No primeiro ano de folia do pequeno, os pais inventaram uma maneira de permitir
que o filho aproveitasse os blocos sem ficar no colo deles e em total
segurança. Inspirados nos trios elétricos da folia, Júlia e Diogo criaram o ‘berço
elétrico’.”
Antes de tudo cumpre informar que o aqui redator conhece os
pais do bebê, a família e etc. Por isso, atesta-se o fato de que eles são pais
presentes, amam incondicionalmente e se importam muito com o filho, tanto que
lhe deram totais condições para ele poder estar ali, hidratado, sem estar no
sol, longe de tumultos, curtindo com os pais e FELIZ, como dão conta as fotos e
os vídeos postados. Quantas notícias há de pais que deixam os filhos em casa trancados
ou com terceiros e vão para a balada? Ora, então isso já espanca sem mais
delongas qualquer adução que se queira pichar a honra dos pais.
De outro lado, acompanhando as notícias sobre o fato, que
gerou acesso de milhões nas redes sociais e vem crescendo exponencialmente, ao
lado de milhares de notícias positivas e elogiosas se encontram algumas raras
notícias amarguradas. Parece que, as pessoas que assim se posicionam, quando
extrapolam o limite do respeito, imagina-se, ou estão protegidas relativamente
por perfis falsos, ou desconhecem os direitos alheios de reputação digital ou,
ainda, não tem uma noção real de que o mundo digital gera consequências no
mundo real!
Tais
manifestações abusivas, geralmente são patrocinadas por Haters, conforme
explicado no conceito a seguir[2]:
“Os haters são internautas que miram um assunto ou uma pessoa específica e
começam a atacar no mundo virtual. O ataque de um hater pode vir de várias
maneiras, mas geralmente as provocações são feitas por comentários públicos ou
mensagens privadas.”
Ora,
infelizmente a felicidade alheia incomoda. E a exposição nas redes sociais
acaba por se afigurar em um grande para-raios de atração das mais variadas
pessoas, com personalidades ímpares, que analisarão a informação das mais diversificadas
formas possíveis, especialmente considerando a complexidade humana, com
posicionamentos e interpretações muitas das vezes nada edificantes.
Como
diria um professor, remetendo-se a Shakespeare, a verdade é como um cristal,
dependendo do seu foco de visão ela tem uma interpretação. De igual modo
caminhou Einstein em sua inquebrantável e revolucionária teoria da relatividade
ao tratar de que a verdade também depende do posicionamento de visão coligado
ao espaço e tempo. Já Morin destacou a questão do pensamento complexo, eis que,
as situações estão interligadas, onde as ciências foram separadas, mas isso é
um ledo engano, pois impede a visão da integralidade das coisas, limitando o
conhecimento humano.
Portanto,
ainda que se considerem todos os elementos acima postos, nota-se que a
intolerância é algo contumaz no nosso tempo. Falta Educação Digital. Escrevem-se
coisas que não se falaria frente a frente no mundo real. Valores fundamentais de
respeito à dignidade humana em uma sociedade líquida vão se perdendo. E a
cidadania e a ética digitais são uma utopia a ser alcançada e perseguida por
uma maioria de incautos, já que o nosso excesso de informações geradas pela
tecnologia não necessariamente desaguam em conhecimento, em evolução de bem
viver da raça humana.
De
modo que, em algumas situações, somente com a espada do Direito Digital se
reprimirão ou solucionarão situações que são desencadeadas pelos Haters, tais
como com a efetivação de denúncia do conteúdo junto à rede social, com medidas
judiciais de identificação e exclusão de conteúdo impróprio e até mesmo, com a
reparação civil pelo ofensor ou a sua responsabilização na órbita penal. Sendo
possível inclusive, como já aconteceu em julgados, que o(a) ofensor(a) peça
desculpas publicamente, na sua própria rede social, o que imprime um caráter
pedagógico a tal decisão judicial.
Enfim,
evoluamos! Com mais momentos felizes como o criado por Diogo e Julia para Pedro
e o seu Berço Elétrico. Respeito no mundo digital é bom, todos gostam, apresenta-se
como ético e legal!
Adriano Augusto Fidalgo. Advogado. Auditor Jurídico.
Especialista em Direito Processual Civil pela Universidade São Francisco.
Especialista em Direito Tributário pela Escola Superior de Advocacia da OAB/SP.
MBA em Auditoria pela Universidade Nove de Julho. Presidente da Comissão
Especial de Direito Digital e Compliance da OAB/Santana. Especialista em
Computação Forense pela Universidade Mackenzie. Mestrando em Educação pela
Universidade Nove de Julho, na Linha de Pesquisa: Educação, Filosofia e
Formação Humana. Membro Efetivo da Comissão Especial de Educação Digital da
OAB/SP. Membro Efetivo da Comissão Especial de Direito Digital e Compliance da
OAB/SP. Membro das Comissões de Direito do Consumidor, CONSEG e OAB vai à
Escola, da Subseção da OAB/Santana. Certificações em Tecnologia da Informação
pela ITCERTS, do Canadá, nos cursos de Ethical Hacking Essentials, Information
Security Policy Foundation e Infosec Foundation. Certificado pelas Academais do
INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial) e World Intelectual
Property Organization (WIPO) no Curso Geral de Propriedade Intelectual. Certificações
em Fundamentos da Gestão de TI, Ética Empresarial, Processo de Comunicação e
Comunicação Institucional, todos pela FGV. Articulista nos Portais TI
Especialistas, Direito & TI, Profissionais TI, Yes Marília, Jurisway,
Jusnavigandi e Administradores. Palestrante e Pesquisador.
Nenhum comentário:
Postar um comentário